Manifesto em homenagem ao dia 20 de novembro dia Internacional da Memória Transgênera e dia da Consciência Negra.
As Travestis e Transexuais são condenadas simplesmente por
serem pessoas que assumem o que realmente são por dentro e por viverem uma vida
em sua própria verdade interior. Esse é um tipo de liberdade reservado a
pessoas de muita atitude e coragem, pois enfrentar uma sociedade intolerante e
cruel todos os dias não é pra qualquer um! As Travestis e Transexuais são seres
espirituais vivenciando experiências humanas na terra em sua totalidade e
verdade de si mesmas, as quais tiveram que escolher em seu processo de viver a
própria vida; Ou viver a vida imposta pelos outros! Quando rejeitamos essas
pessoas sem sequer conhecer sua essência ou identidade de gênero, impondo-as
uma conduta baseada no falso moralismo, que o certo é ser homem ou mulher numa
Sociedade! Estamos desrespeitando o direito de ser ou existir dessa população.
Chega de falso moralismo e intolerância religiosa dentro do Candomblé com essa
população.
Ainda bem que ninguém tem o direito de exclusividade sobre o
culto aos Orixás no Candomblé, sabemos que, se o tivessem as Travestis e
Transexuais estariam de fora deste processo de amor e adoração aos Orixás, que
bom que esta população é amada e protegida pelos Orixás da mesma maneira que o
homem a mulher o homossexual e a lésbica sem distinção de cor preferência sexual,
opção de gênero ou situação financeira.
Somos uma religião que, desde tempos primórdios sofremos com
preconceito e intolerância por parte das demais religiões no Brasil e no Mundo!
Então chega de criar mais preconceito dentro de nosso axé, pois estamos aqui é
pra somar e não dividir! Quando uma Travesti ou Transexual se inicia para o
Orixá é porque a mesma foi escolhida por esse orixá e não o Orixá escolhido por
ela, e neste processo ninguém tem o direito de impedir que esta ywaô tenha acesso
ao sagrado simplesmente porque tem ponto de vista preconceituoso, pois ela passara
pelos mesmos preceitos que os demais filhos até o fim da vida e nesse período se
sua aparência ainda for masculina precisa de fato ser tratada como tal, agora
quando a pessoa em questão já se transformou, ai muda-se de postura, até porque
é de muito mal gosto uma mulher física, vestida de homem numa roda de candomblé
até porque somos esclarecidas de que dentro do processo litúrgico (ronco)
aquele Ori é masculino, não estamos mudando a energia de Ori ou do Odu que rege
aquele ser humano, mais sim respeitando seu processo de transformação físico e
espiritual! Conduta cada um tem a sua, e respeito às diferenças é fundamental,
principalmente dentro do Candomblé porque se olharmos pra dentro de nosso
próprio ser sempre encontraremos algo. Não queremos que nos aceitem como mulher
e sim que respeitem nosso processo transformador de vida incluindo o nosso corpo,
mente e espírito. É por esta aparência feminina que a sociedade nos recrimina e
nos omite dos direitos constitucionais pertencentes a ela, colocando-nos a
margem da miséria social e religiosa, então partindo por este mesmo principio não
queremos tomar o lugar de mulher nenhuma porque já temos a nossa mulher
interior estereotipada, e também não queremos a aceitação de ninguém e sim o
respeito! como Zeladores e Zeladoras de Orixás temos por obrigação nos capacitar melhor para lidar com essa população tão crescente em nossa sociedade. Òlòrùn Mòdùpé Bianca t´Oyá
Comentários